Vista de cima, Manchester é verde e cor de tijolo. Vista da janela do autocarro, não muda muito. A pé ainda não vi. Prédios baixos de tijolo. Muitos parques pequenos e grandes. Ruas estreitas. Gente de várias cores. Muitos cães. Limpa. A University of Manchester parece ocupar metade da cidade. Os mancunianos (bonito, não?) são simpáticos e prestáveis.
A chegada decorreu sem intercorrências. O aeroporto não é bonito nem novo, mas serve o seu propósito. A bolha de luxo criada pelo meu pequeno interlúdio na Classe Executiva foi rudemente estourada assim que cheguei à zona de recolha de bagagens. Ao que parece existe uma lei que obriga todos os adultos a viajarem com pelo menos 4 crianças, e estas devem fazer birra, chorar, gritar, espernear e empurrar as pessoas em redor enquanto se espera pela mala. Herodes had a point... As malas chegaram ao mesmo tempo do que eu, contra todas as minhas expectativas.

Passo seguinte, bus até Manchester Central Coach Station, que de acordo com o meu mapa deveria ser a 5 minutos a pé do hotel. Primeiros metros sem dificuldade, manejando com destreza os meus 5 volumes e 30 kg de bagagem. Primeiro obstáculo: mala com 4 rodas passa a 3. Ok, empurra-se um pouco, puxa-se outra tanto, o hotel é logo ali. Chego ao hotel. Obstáculo nº 2: 3 lances de escadas até à entrada. Ok, o hotel tem bom aspecto, muito melhor do que eu imaginava, se o preço é alombar com as malas uns quantos degraus não há problema. Na front desk a senhora não percebe o meu nome, diz que não há reserva nenhuma. Eu saco do Ipad e mostro a confirmação do booking. Obstáculo nº3: estou no hotel errado (há 3 Britannias em Manchester). Afinal o meu Britannia era o budget hotel, 250 m à frente... Enfim, 1 hora para percorrer 500m... E para budget hotel este não está nada mal.
Aventura seguinte: jantar. Dentro do espírito budget resolvi ir ao supermercado comprar algo para comer, ao invés de ir ao Burguer King que consigo ver da minha janela. Aquilo que sempre me pareceu fabuloso nas idas a Londres - toda aquela comida pré-feita pronta a consumir - de repente me pareceu assustador. Há muito pouca coisa que não venha já feita e embalada... Como bom elemento do meu sexo, assim que vi que seria difícil cozinhar fui possuída por um desejo ardente de me tornar na próxima Nigella. Lá me controlei e comprei uma salada e sandes que só faltavam serem pré-digeridas...
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