
D3 com a malta dos xixis. Dia inteiro de bloco. Cistoscopias de manhã, com direito a (Attention! Attention! Detalhes médicos nojentos!) a uma cloaca deveras complicada, com uma anatomia interna que parecia um labirinto de cavernas. Dois urologistas , um cirurgião da Bum Team e 50 min depois, lá se ficou com alguma idéia. Muito giro (quer dizer, para mim, não para a doente...). Reunião multidiscplinar marcada para discutir o caso na próxima semana. Com sorte operam enquanto ainda cá estiver. À tarde, hipospadias escrotal (quem não sabe o que é aconselho a não procurar...). O consultant com quem fiquei hoje é também é um gentleman. Muito simpático, muito didático, educadissímo. Indiano. Sotaque perfeitamente delicioso. E um artista. Apesar de normalmente não ficar muito entusiasmada com este tipo de cirurgia devo dizer que fiquei impressionada com a técnica e resultado final.
Desde que cá cheguei que algo me incomodava no bloco. Finalmente apercebi-me do que é: o silêncio. Ninguém grita. Ninguém bate com as portas. Toda a comunicação é feita num tom de voz pouco acima do sussuro. Espero não ficar mal habituada.
Hoje também foi o dia do meu primeiro puxão de orelhas por parte da enfermeira chefe do bloco. Até me aguentei bem. A minha companheira de caminhada matinal italiana chegou menos bem preparada, e levou uma rebocada na 1ª semana da Matron da enfermaria de cirurgia porque "wearing jeans to work is disrespectful to the patients". Para gente com noções tão permissivas de assépsia não percebo o porquê de um sermão só por ter saído da sala de bata vestida, que na realidade estava só a servir de casaco. Foram 2 metros no corredor do bloco, onde diga-se de passagem a malta passeia com roupa da rua. Blá blá blá, quem é que eu era, em que sala estava, quem me tinha dado a bata, o hospital podia incorrer em multas por não conformidade com os critérios da comissão de controle de infecção. Isto vindo de gente que opera sem máscara... Enfim.
1- ovo no trocinho de plástico são 50 segundos de micro com 100% de aproveitamento
ResponderEliminar2- Falar alto é cultural. Não consigo entender. O povo aqui no trabalho faz uma coisa espectacular que é gritar pro walkie talkie. Que fez um AD francês chamar o assistente dele tuga e explicar: "Imagina que quando vc fala no talkie, um anãozinho que mora lá dentro liga pra outro anãozinho no outro talkie e explica tudo direitinho. Não precisa gritar"